FEMININO PLURAL por Lilian Pacce

Quando fui convidada para a curadoria da “7ª Exposição da Paulista”, achei que era importante tratar de questões urgentes do universo feminino, mas com esperança e positividade. A pedido dos organizadores, o tema da mulher deveria ser central, especialmente a mulher preta. Busquei então artistas mulheres que tivessem forte expressão imagética aliada e alinhada ao conteúdo proposto, expressando os desafios, a dor e a delícia de ser mulher.

Criola e Claudia Liz são artistas de geração e backgrounds distintos, mas com muitos pontos em comum. Criola ainda não chegou aos 30 anos e fala muito da ancestralidade africana em seus murais de rua e na pintura digital, buscando empoderar e visibilizar a mulher preta.

Claudia passou dos 50 anos, superou problemas graves que sofreu ligados exatamente ao padrão de beleza que um dia ela mesma representou e se reinventou na arte depois de uma carreira de sucesso como modelo e atriz.

As obras da exposição “Feminino Plural” são ao mesmo tempo um alento e um alerta para o momento atual, que se mostra ameaçador em tantos temas. A força das mensagens, das cores e da produção dessas duas artistas costura temas relevantes para a coletividade como diversidade, liberdade, sororidade, igualdade de direitos e resistência das mulheres – brancas, pretas ou indígenas. E assim trazem ainda mais energia e vibração para as 5 milhões de pessoas que passam por mês pela avenida que é um ícone da cidade!

Arte, moda, inovação, democratização e representatividade. Esses conceitos de “Feminino Plural” também norteiam o movimento Renner Cultural. É, portanto, natural e muito bem-vindo o apoio da marca à exposição – afinal, cultura está sempre na moda, né?

Coordenada pela Secretaria de Organização e Políticas Sindicais da UGT e pela Maná Produções, Comunicações e Eventos, criadora da série, com coordenação artística de Mônica Maia e Fernando Costa Netto – DOC Galeria, a “Exposição da Paulista”, uma das maiores exposições ao ar livre do mundo, ocupa, de 3 a 30 de junho, um quilômetro da ciclovia da principal artéria da cidade, entre a Rua Augusta e a Alameda Campinas. Não perca!